terça-feira, 1 de setembro de 2009

Jura de amor e protesto em Nova Iguaçu



“1, 2, 3… solta o Jura de uma vez”. As palavras de ordem gritadas por mais de mil pessoas refletiam a popularidade que o cabo da Polícia Militar Juracy Alves Prudêncio, o Jura, 37 anos, adqüiriu entre os moradores de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Uma multidão – que envolvia idosos, crianças, donas-de-casa, profissionais das mais diversas carreiras, comerciantes e até deficientes físicos – se reuniu em uma manifestação que percorreu mais de três quilômetros e chegou a interditar a Rodovia Presidente Dutra, por cerca de meia hora, no início da manhã desta segunda-feira, dia 31.


Os manifestantes protestavam contra a prisão do PM, apontado pela Polícia como líder da milícia conhecida como “Bonde do Jura” – que, segundo investigações da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco-IE), tem atuação nos municípios de Duque de Caxias, Nova Iguaçu, São João de Meriti, Nilópolis, Belford Roxo, Queimados e Mesquita.

“Sou morador há 30 anos. Vivemos em paz há três. Ele nos ajuda sem pedir nada em troca. Ninguém nunca foi obrigado a pagar qualquer taxa de segurança”, garantiu o construtor Waldomiro da Silva Alves, 55, que reside no bairro Jardim Pernambuco.



Presidente da Associação Comunitária do São Lourenço, o eletrotécnico Adriano Naval, 33, contou que nunca viu o policial militar armado e nem presenciou qualquer ameaça ou agressão praticada por ele.


“Lá na comunidade são 2.500 famílias que nem têm o que comer. Como iriam pagar uma taxa de R$ 50? Como policial, ele sempre nos orientou sobre o que fazer. Quando algum morador precisava de alguma ajuda, ele entrava em contato com o batalhão para que uma viatura pudesse chegar mais rápido para levar as pessoas até a delegacia. Ele tem o dever de servir e proteger, mesmo de folga, mas nunca nos cobrou por isso”, disse Adriano que, em novembro de 2005, foi baleado em um atentado de traficantes de drogas ligados à facção criminosa Terceiro Comando Puro (TCP) que deixou cinco pessoas feridas.


“Fiquei um mês internado no hospital. Eu estava saindo da igreja quando um carro passou atirando. Outras quatro pessoas foram atingidas e uma menina de 11 anos foi uma das vítimas. Dois anos antes, eu perdi uma sobrinha de 15 anos. Ela foi vítima de uma tentativa de estupro e quando correu para fugir, foi baleada. Agora estamos em pânico, com medo de que o tráfico volte”, desabafou o eletrotécnico, revelando que já surgiram boatos de que criminosos da Favela de Acari estariam se reunindo para novamente implantar bocas-de-fumo na localidade.



“Quem vai nos dar suporte? Nos dar a garantia de que não vão deixar os traficantes voltarem?”, questionou Adriano, recebendo apoio da professora Elaine Cristina Nunes Ferreira, 35.

Presidente do Centro Social Esportivo Somos Comunidade, que funciona no Jardim Pernambuco, a professora fez questão de enfatizar a importância de Jura para a comunidade.


“Ele foi o idealizador do centro social, que já funciona há dois anos. Hoje, atendemos a 322 moradores, entre crianças e idosos. Eles têm acesso a diversas práticas esportivas e atividades físicas e o Jura nos apóia até hoje. Quando não pode ajudar diretamente, ele intercede por nós. Ele é uma pessoa do povo e foi o segundo mais votado de Nova Iguaçu. Com certeza essas denúncias têm motivação política”, ressaltou Elaine.


O comerciante Léri Everson da Silva Carlos, 34, negou que tivesse que pagar taxa mensal para garantir a segurança de seu estabelecimento.

“Eu já estava pensando em fechar o comércio quando o tráfico foi expulso da comunidade. Antes, os traficantes invadiam as lojas e saíam levando o que bem entendiam. Comida, bebida, roupas. Eles pegavam as coisas e ninguém podia falar nada. Hoje, as crianças têm um centro onde aprendem esportes, praticam natação, judô. Vivemos em paz. Não há qualquer clima de terror ou opressão”, falou.





A concentração começou às 8 horas, em frente ao Centro Integrado de Educação Pública (Ciep) Cândido Augusto Ribeiro Neto, na Estrada da Palhada, no bairro Rosa dos Ventos. Havia faixas e placas com dizeres como “É tudo mentira! Jura não é terror, Jura é amor” e “Não somos milícia. Somos comunidade”.


Um carro de som chamava os moradores da região com a mensagem: “Se você quiser fazer alguma coisa pelo nosso amigo, venha participar da manifestação pública”.


Pouco mais de duas horas após o início, os manifestantes se dirigiram até a Rodovia Presidente Dutra. Eles caminharam de Austin a Comendador Soares, totalizando aproximadamente dois quilômetros.


O protesto foi organizado com antecedência e comunicado ao 20º Batalhão de Polícia Militar (Mesquita) e à 6ª Delegacia de Polícia Rodoviária Federal (Itaguaí). Viaturas das duas unidades acompanharam a manifestação e tentaram amenizar os reflexos no trânsito, que chegou a ficar com um engarrafamento de dois quilômetros, nos dois sentidos da pista.



Lotado no 21º BPM (São João de Meriti), Jura foi preso, no último dia 27, por uma equipe da 3ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar (3ª DPJM), em operação conjunta com a Draco-IE. Ele possuía um mandado de prisão preventiva expedido pela 2ª Vara Criminal de Nova Iguaçu por formação de quadrilha armada. No total, a operação – batizada como “Descarrilamento” – prendeu dez pessoas: oito eram PMs.




Fonte desta Noticia

Fotos: Felippo Brando

http://robertatrindade.wordpress.com/2009/08/31/manifestacaojura/#comment-3819

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